Flashbacks

A manhã de sábado veio com a inevitável sensação de ressaca moral. Você acorda, lembra do que disse, do que fez, e se pergunta: por que tudo isso aconteceu? As consequências também sempre esperam por nós. Uma hora, terá que dar a cara a tapa e ver o tamanho do estrago. O Che ligou logo de manhã. Tínhamos combinado de ir na casa do Alan. Não pensei que ligaria. Talvez fosse uma boa idéia não ver nenhum personagem da história da Sexta-feira 13 passada, pelo menos, não tão cedo, logo pela manhã.
O Alan se mudou essa semana para uma nova casa. É perto do trabalho, num ótimo lugar, e pra quem vai morar sozinho, está de ótimo tamanho. Ajudamos no que pudemos a conseguir alguns itens pra casa nova. Torço muito pelo Alan, e esse é um importante passo que está dando. Está num bom emprego, com carteira assinada, gosta do que faz. Ele continua firme e forte no teatro, e também na igreja, que é algo que ele sempre precisou.
Che e eu chegamos juntos. Estava tudo certo. Nossa fisionomia não escondia que algo errado havia ocorrido na noite anterior, mas estávamos realmente dispostos a deixar o possível mal-estar de lado. Nós três ficamos um tempo conversando, dando risada das mesmas piadas e brincadeiras de sempre, as mesmas desde quando nos conhecemos, quando passávamos madrugadas inteiras sentados na praça, falando da vida.
Meus pais passaram a tarde inteira fora, ajudando na arrumação da festa de logo mais a noite. Aproveitei pra dormir, assistir uns dvd's, ouvir umas músicas antigas.
A noite, Lis e Che apareceram em casa, como combinado. Fomos pro aniversário juntos. O Éder iria aparecer depois. Sábado foi a festa de aniversário da Aline, minha prima. Uma festa de arromba com direito a muitas bebidinhas e dj tocando flashbacks! Nossa mesa estava animada. Giovana, Gabi e os meninos, amigos da Aline, estavam por lá. Mais uma vez, como no ano passado, Lis e eu, modéstia a parte, demos um show na pista. Twist, funk sexy, música latina... Nos entendemos demais na dança. Lis é maleável e criativa, me segue e me incita passos, é tudo ousado e energético. Che e Éder também caíram na dança. Quase ganhei 10 reais do Che, mas ele estava certo: meu pai não quis fazer sequer um passinho de funk, nem pra me ajudar a embolsar uma grana extra de mais uma de nossas apostas absurdas. A aniversariante esteve brilhante, mais feliz do que nunca. Nem o frio a abateu. Pulava de roda em roda, dançou com todos. Causamos um frisson nos convidados ao dançarmos juntos, colados, e isso me inspirou a fazer o mesmo com as outras convidadas jovens e solteiras da festa. A Aline é muito querida. Nossa infância juntos foi em pé-de-guerra, brigávamos demais. Ela me assustava com histórias de terror, eu puxava seus cabelos. Hoje nos damos muito bem, somos confidentes. grandes amigos. Ela tem me ajudado bastante a superar as perdas recentes que tive, exatamente porque ela tem passado pela mesma situação. Estamos bem e felizes, apesar de tudo.
A cerveja não caiu tão bem essa noite pra mim. Parei cedo de beber. E o frio fez com que fôssemos embora, sem antes tirar algumas fotos, por aí afora, na cidade. A noite foi ótima!
Domingo foi dia de evento. Fomos Lis, Che e eu para o recinto curtir as bandas de rock, que tocaram na Trilha de Moto aqui em Tambaú, evento que marcou o início das comemorações do aniversário da cidade. Ainda falarei bastante desses eventos aqui. Bom, o frio estava cortante. Uma pequena pausa para um banho e para comer, e rua de novo! No posto, Alan e Leandro apareceram. O frio nessa hora já estava insuportável. Pensei na noite mais fria do ano. O sono também veio. Uma última parada: Bar do Mancha, e os três perdidos numa noite suja, eu, Lis e Bruno, nos sentamos para tomar vinho, nosso velho companheiro dos finais de semana.
A semana será trabalhosa. Eventos da Quintal, novas chances de eu bancar o apresentador, projeto na biblioteca, algumas decisões, e uma viagem para São Paulo, tudo isso espera por nós.

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